segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Medicina se rende à prática da meditação

Ministério da Saúde baixou portaria incentivando postos de saúde e hospitais a oferecer a técnica em todo o País

Em fevereiro, a agência do governo dos EUA responsável pelas pesquisas médicas (NIH, na sigla em inglês) reconheceu formalmente a meditação como prática terapêutica que pode ser associada à medicina convencional. Em maio, o Ministério da Saúde brasileiro baixou uma portaria em que incentiva postos de saúde e hospitais públicos a oferecer a meditação em todo o País.

Essas ações governamentais são sinais da tendência de encarar a meditação não simplesmente como prática de bem-estar, que faz bem apenas à mente e ao espírito. Parar diariamente alguns minutos para se concentrar e se desligar do turbilhão de pensamentos que ocupam constantemente a cabeça também ajuda a manter a saúde física.

"A meditação é diferente da medicina convencional porque quem cuida de você não é o médico. É você mesmo", explica a médica anestesista Kátia Silva, que coordena as atividades de meditação no Hospital Municipal Vila Nova Cachoeirinha, em São Paulo. Na cidade, 70% dos postos de saúde oferecem atividades da chamada medicina tradicional, que inclui acupuntura, tai chi chuan e meditação.

Relativamente recentes, as pesquisas começaram nos anos 70. Uma pesquisa com a palavra meditação no acervo online da Biblioteca Nacional de Medicina, do governo americano, traz 1.400 estudos científicos.

Entre outros benefícios, meditar previne e combate a depressão, a hipertensão arterial, a dor crônica, a insônia, a ansiedade e os sintomas da síndrome pré-menstrual, além de ajudar a reduzir a dependência de drogas.

Esses estudos mostram que a meditação reduz o metabolismo - os batimentos cardíacos e a respiração ficam mais lentos e o consumo de oxigênio pelas células cai. É isso que dá a sensação de relaxamento e tranqüilidade.

As mesmas pesquisas sugerem que prática também interfere no funcionamento do sistema nervoso autônomo, que é responsável, por exemplo, pela liberação dos hormônios noradrenalina e cortisol durante os momentos de stress. Em quem medita, a duração dessas "reações de alarme" são mais curtas. Dessa forma, a pressão do sangue e a força de contração do coração ficam alteradas por pouco tempo, comprometendo menos a saúde.

Apesar de serem evidentes os benefícios, a ciência ainda não consegue entender completamente como a meditação age no sistema nervoso. "Uma das dificuldades é o fato de não serem possíveis testes com modelos animais", explica a bióloga Elisa Kozasa, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Segundo especialistas, mudanças podem ser sentidas logo nas primeiras semanas. A aposentada Maria Elza Lima dos Santos, de 60 anos, descobriu a meditação no Hospital Vila Nova Cachoeirinha. Ela vivia com crises de pressão alta, que passaram após quatro meses de práticas diárias. "Antes, eu era muito nervosa. A cabeça estava sempre cheia de problemas. Aí a pressão subia. Agora fico mais relaxada, sinto uma paz de espírito", conta ela, explicando que no princípio teve dificuldades com a técnica (leia sobre a técnica no texto ao lado). "Levei um mês para aprender a me concentrar."

NA TRILHA DA ACUPUNTURA

O obstetra Roberto Cardoso, autor de Medicina e Meditação - Um Médico Ensina a Meditar (MG Editores, 136 págs, R$ 26), diz que muitos profissionais de saúde ainda têm preconceitos. "Mas isso deve mudar. A meditação começa a trilhar os passos da acupuntura, que já é um recurso reconhecido pela classe médica."

No Brasil, a instituição que mais estuda o tema é a escola médica da Unifesp, o que, segundo especialistas, ajuda a apagar a imagem religiosa e mística que normalmente se tem dos meditadores. A meditação não precisa ser necessariamente ligada a uma crença oriental.

Para que a meditação cumpra seu papel de medicina complementar e preventiva, o psicólogo José Roberto Leite, da Unifesp, explica que ela deve ser diária e constante. "É como comer ou fazer exercícios. Não basta uma semana para que você se mantenha saudável."

Fonte: Estado de São Paulo, 07/07/06

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Você tem medo de tirar férias?

Estudos recentes indicam que o período, normalmente associado ao relaxamento, pode ser extremamente estressante



Uma pesquisa realizada pela International Stress Management Association (ISMA) com 678 trabalhadores das cidades de São Paulo e Porto Alegre, com idades entre 25 e 55 anos, aponta que 38% deles têm medo de tirar férias. Segundo o estudo, as principais razões estão o receio de que decisões importantes possam ser tomadas na empresa durante as férias (46%); a possibilidade de mudanças de cargo ou responsabilidades devido às fusões e aos enxugamentos (32%); enxugamento na empresa (19%); e o fato de que talvez ninguém sinta falta do profissional em férias (3%).

No Brasil, o período de 30 dias de descanso aos trabalhadores está previsto em lei. E para a psicóloga Tânia Margot Klein, do Sefit Prevenção Laboral, as férias têm um fator motivacional e desestressante, portanto, não há motivos para que as pessoas tenham receio. A especialista também acredita que a postura da empresa pode colaborar, e muito, para que o funcionário se sinta seguro. "Aquelas que apresentam um bom clima organizacional, investem em treinamento, desenvolvimento e qualidade de vida no trabalho conseguem manter a motivação de suas equipes em alta", explica a especialista.

Descanso em etapas

Para os funcionários que têm medo de sair de férias, a psicóloga aconselha: "Os períodos longos não são indicados. A pessoa se sentirá melhor com pequenas pausas". Então, dividir as férias em dois períodos de 15 dias pode ser uma boa ideia. "O estresse acontece diariamente e deixar para 'esvaziar o copo' apenas uma vez por ano pode ser ruim", aconselha a psicóloga.

Entretanto, Tânia defende que independente de 30 dias diretos ou em etapas, o importante é que o período de descanso exista. "Sair da rotina permite uma oxigenação que será transformada em motivação ao retornar ao trabalho", salienta.

Dicas para tornar as férias mais agradáveis

- Em primeiro lugar, programe-se. Ficar em casa sem fazer nada pode gerar frustração;

- Escolha atividades que lhe proporcionem prazer;

- Deixe de lado o computador ou os equipamentos que lhe remetam ao trabalho;

- Busque atividades que relaxem e desestressem para voltar ao trabalho revigorado e produzir mais e com qualidade!
Fonte: Revista Viva Saúde. Autor: Denise Mello

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Pro Teste reprova oito entre dez protetores solares FPS 30

Do UOL Ciência e Saúde


Apenas dois entre dez protetores solares FPS 30 em loção avaliados pela Pro
Teste Associação de Consumidores comprovaram eficiência na proteção solar. E
apenas três não apresentaram na composição o benzophenone-3, um ingrediente
que já é proibido em outros países, por ser potencialmente cancerígeno.


Quatro dos protetores têm baixa proteção UVA (cujos raios atingem as camadas
mais profundas da pele, causando envelhecimento precoce), mas a legislação
brasileira não exige um mínimo. E cinco deles não são resistentes à luz e ao
calor, perdendo a eficiência.


É o que mostra a análise publicada na revista Pro Teste de dezembro e
disponibilizada no site da entidade: www.proteste.org.br. O teste envolveu
análise de rotulagem, composição, irritabilidade, hidratação, proteção,
resistência a exposição solar, e teste em uso.


A associação reivindica que seja proibido o uso da substância benzophenone-3
na composição dos produtos, ingrediente proibido em outros países, por
apresentar esterogenicidade, entrar na circulação sanguínea e ser
potencialmente cancerígeno.


Também está pedindo à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
passe a exigir o fator UVA de no mínimo um terço do FPS do produto, assim
como ocorre na Europa, e que esta informação conste no rótulo. Assim como
sejam obrigatórios testes de fotoestabilidade para verificar se eles são
estáveis nas condições reais de uso, durante a exposição solar.


O FPS é responsável por bloquear os raios UVB, que são mais fortes entre 10
horas e 16 horas, período não recomendado para exposição prolongada ao sol.
São os principais responsáveis por câncer de pele, queimaduras e
vermelhidão.
Resultados


Os protetores L'Oréal Solar Expertise e o Cenoura & Bronze foram os que se
saíram melhor na avaliação de eficiência do filtro solar.


No teste de fotoinstabilidade, o FPS dos produtos foi medido antes e depois
da exposição a uma temperatura de 40ºC. As marcas Avon, La Roche-Posay,
Nivea, Banana Boat e Sundown foram reprovadas.


Alguns produtos, como o da Nívea, perderam 50% do seu FPS. Todos os
protetores analisados são de fator 30. Após uma hora de uso, eles caíam para
FPS 15. O segundo pior foi o La Roche Posay, que manteve só 62% de sua
proteção indicada no rótulo. Isso não quer dizer que os produtos não
oferecem proteção aos raios UVB, e sim que têm pouca resistência à luz e ao
calor, segundo a associação. Além de instável à exposição solar, o
Coppertone declarou um fator de proteção (30), maior do que o medido (25).


Todos as embalagens mencionavam resistência à água, mas após imersão de meia
hora, a proteção do produto da Natura caiu para 30% do FPS inicial, por
exemplo. O Sundown caiu para 55%.


A presença de substâncias bloqueadoras dos raios UVA - que têm incidência
constante durante o dia todo - é indicada nos rótulos dos 10 produtos. Mas
só três embalagens mostram o grau de proteção: Cenoura & Bronze, L"Oréal
Solar Expertise e Natura Fotoequilibrio. Não há regulamentação no Brasil que
obrigue a presença de substâncias bloqueadoras dos raios UVA, segundo a
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).


Os produtos que não apresentaram na composição o benzophenone-3, ingrediente
que segundo a associação já é proibido em outros países, foram o L'Oréal
Solar Expertise, o Cenoura & Bronze e o Hélioblock da La Roche-Posay.