Do UOL Ciência e Saúde
Apenas dois entre dez protetores solares FPS 30 em loção avaliados pela Pro
Teste Associação de Consumidores comprovaram eficiência na proteção solar. E
apenas três não apresentaram na composição o benzophenone-3, um ingrediente
que já é proibido em outros países, por ser potencialmente cancerígeno.
Quatro dos protetores têm baixa proteção UVA (cujos raios atingem as camadas
mais profundas da pele, causando envelhecimento precoce), mas a legislação
brasileira não exige um mínimo. E cinco deles não são resistentes à luz e ao
calor, perdendo a eficiência.
É o que mostra a análise publicada na revista Pro Teste de dezembro e
disponibilizada no site da entidade: www.proteste.org.br. O teste envolveu
análise de rotulagem, composição, irritabilidade, hidratação, proteção,
resistência a exposição solar, e teste em uso.
A associação reivindica que seja proibido o uso da substância benzophenone-3
na composição dos produtos, ingrediente proibido em outros países, por
apresentar esterogenicidade, entrar na circulação sanguínea e ser
potencialmente cancerígeno.
Também está pedindo à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
passe a exigir o fator UVA de no mínimo um terço do FPS do produto, assim
como ocorre na Europa, e que esta informação conste no rótulo. Assim como
sejam obrigatórios testes de fotoestabilidade para verificar se eles são
estáveis nas condições reais de uso, durante a exposição solar.
O FPS é responsável por bloquear os raios UVB, que são mais fortes entre 10
horas e 16 horas, período não recomendado para exposição prolongada ao sol.
São os principais responsáveis por câncer de pele, queimaduras e
vermelhidão.
Resultados
Os protetores L'Oréal Solar Expertise e o Cenoura & Bronze foram os que se
saíram melhor na avaliação de eficiência do filtro solar.
No teste de fotoinstabilidade, o FPS dos produtos foi medido antes e depois
da exposição a uma temperatura de 40ºC. As marcas Avon, La Roche-Posay,
Nivea, Banana Boat e Sundown foram reprovadas.
Alguns produtos, como o da Nívea, perderam 50% do seu FPS. Todos os
protetores analisados são de fator 30. Após uma hora de uso, eles caíam para
FPS 15. O segundo pior foi o La Roche Posay, que manteve só 62% de sua
proteção indicada no rótulo. Isso não quer dizer que os produtos não
oferecem proteção aos raios UVB, e sim que têm pouca resistência à luz e ao
calor, segundo a associação. Além de instável à exposição solar, o
Coppertone declarou um fator de proteção (30), maior do que o medido (25).
Todos as embalagens mencionavam resistência à água, mas após imersão de meia
hora, a proteção do produto da Natura caiu para 30% do FPS inicial, por
exemplo. O Sundown caiu para 55%.
A presença de substâncias bloqueadoras dos raios UVA - que têm incidência
constante durante o dia todo - é indicada nos rótulos dos 10 produtos. Mas
só três embalagens mostram o grau de proteção: Cenoura & Bronze, L"Oréal
Solar Expertise e Natura Fotoequilibrio. Não há regulamentação no Brasil que
obrigue a presença de substâncias bloqueadoras dos raios UVA, segundo a
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Os produtos que não apresentaram na composição o benzophenone-3, ingrediente
que segundo a associação já é proibido em outros países, foram o L'Oréal
Solar Expertise, o Cenoura & Bronze e o Hélioblock da La Roche-Posay.
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