Dados do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN), de 2009, revelam que 13% da população adolescente de 10 a 19 anos está com sobrepeso e 3% com obesidade. Para acompanhar o crescimento e desenvolvimento de adolescentes, a Área Técnica de Saúde do Adolescente e Jovem criou a Caderneta de Saúde do Adolescente.
A Caderneta, que está sendo distribuída em 2010 em 531 municípios, tem dentre um de seus tópicos tabelas para acompanhamento do Peso e da Estatura por idade e orientações de Alimentação saudável. Como a Caderneta começou a ser implementada em 2009, ainda não é possível obter dados estatísticos da população acompanhada.
A Área Técnica, no entanto, alerta para os dados coletados pelo SISVAN. “Os percentuais preocupam, pois essa população está em pleno crescimento e desenvolvimento e estaria sendo acometida mais cedo por problemas que atingem os mais velhos e trazem sérios prejuízos à saúde”, afirma a técnica Juliana Silva. Segundo artigos científicos, no máximo 1% da população adolescente poderia estar obesa, em virtude de desordens genéticas.
Dentre alguns motivos para a elevada prevalência da obesidade entre adolescentes está o sedentarismo. Resultados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE-2009), elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estratística (IBGE) e financiada pelo Ministério da Saúde, mostraram que mais de 30% dos escolares são inativos ou insuficientemente ativos – a pesquisa entrevistou 63.411 adolescentes. Situação que se agrava ainda mais quando é observada a alimentação. A PeNSE mostrou que 50% dos adolescentes consumiram guloseimas em cinco dias ou mais, nos últimos sete dias anteriores à coleta de dados.
Além da Caderneta, outras ações estão sendo desenvolvidas, como o Programa Saúde na Escola (PSE), uma parceria do Ministério da Saúde com o Ministério da Educação.
No Programa, são realizadas ações de avaliação do estado nutricional e oferecidas orientações sobre alimentação saudável. O PSE já está em 1.254 municípios e atende uma população de 1.547.250 jovens nas escolas da rede pública.
Além do excesso de peso, outro problema tem assumido importância entre esse público: são os transtornos alimentares. Não há prevalências nacionais destes distúrbios alimentares, porque a subnotificação é comum (as pessoas não acreditam ou querem esconder a doença) nesses casos. Para a anorexia, a estimativa de alguns autores é de 0,5 a 1% da população e, para a bulimia, 1 a 4%.
Anorexia e bulimia nervosa têm se tornado cada vez mais conhecidas e afetado milhões de pessoas em todo o mundo, principalmente meninas e mulheres, na tentativa de alcançar o peso indicado como “ideal”.
A anorexia nervosa é caracterizada pela perda de peso intensa causada por dieta extremamente rígida, busca constante pela magreza, medo mórbido de engordar e distorção da imagem corporal, ou seja, a pessoa tem a percepção de estar gorda ou com formas aumentadas. Para isso, são utilizadas estratégias como dietas, jejum prolongado, evitar alimentos muito calóricos ou realizar atividade física exagerada.
A bulimia nervosa é um transtorno alimentar caracterizado por grande e rápido consumo de alimentos, marcado por sensação de perda do controle. Ao sentir-se culpado, o indivíduo faz uso de métodos compensatórios, como vômitos ou remédios, para controlar o peso.
Fonte: Portal da saúde