segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Privação de sono leva o cérebro a correr mais riscos, mas a cafeína pode minimizar esse efeito

Uma pesquisa publicada na última edição do Journal of Sleep Research aponta que o consumo de cafeína pode amenizar a tendência a comportamentos de risco associados à privação de sono.

Vinte e cinco voluntários saudáveis com idades entre 20 e 35 anos foram submetidos a privação de sono ininterrupta por 75 horas. Durante esse período testes que avaliam propensão a comportamento de risco foram aplicados de forma seriada. Os resultados mostraram que com o passar das horas, os voluntários passavam a apresentar um maior comportamento de risco, mas, por outro lado, não tinham consciência dessa mudança de comportamento. Além disso, o estudo também mostrou que os indivíduos que receberam nas três noites do estudo quatro doses de 200mg cafeína em intervalos de 2 horas, estes não demonstraram aumento de atitudes de risco após as 75 horas de privação de sono, quando comparados ao grupo que recebeu placebo. Esse efeito da cafeína foi independente do estado de alerta do indivíduo.

Esses resultados sugerem que a privação de sono deprime a função dos sistemas envolvidos no julgamento e percepção de risco e que a cafeína pode minimizar esses efeitos negativos.

Neste ano de 2011, outra pesquisa demonstrou, através de Ressonância Magnética Funcional e testes psicológicos, que uma noite sem dormir muda a forma como o cérebro processa a chance de ganhar ou perder. A pesquisa revelou que uma noite sem dormir provocou aumento de atividade cerebral em regiões que processam expectativas otimistas e reduz a atividade de outras que processam expectativas pessimistas. Além disso, testes psicológicos evidenciaram que os voluntários mostraram-se mais sensíveis a recompensas e com menor sensibilidade a conseqüências negativas.
As repercussões no dia a dia desse tipo de mudança de comportamento do cérebro não devem ser tão inocentes. Já sabemos que problemas de sono só perdem para o álcool como causa de desastres no trânsito, especialmente pela redução da atenção e dos reflexos. Imaginem só se ainda adicionamos a essa mistura uma pitada de comportamento valente e de risco.

Fonte:

IBC-Instituto do cérebro de Brasília


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