quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Adiada a decisão sobre remédios para emagrecer


Médicos e farmacêuticos ocuparam a maioria dos lugares do auditório da Anvisa na audiência pública que discutiu a proposta de retirar do mercado brasileiro os inibidores de apetite, a exemplo da decisão tomada pela União Europeia e Estados Unidos.

O debate começou às 9h30 da manhã desta quarta-feira (23/2), na sede da Agência, em Brasília, e durou quatro horas e meia. A reunião tomou como base nota técnica, divulgada no site da Anvisa, com o parecer da área de Farmacovigilância da Agência sobre o tema.

Medicamentos à base de sibutramina e dos anorexígenos anfetamínicos – anfepramona, femproporex e mazindol – podem ter seu registro cancelado devido a estudos recentes, que associam seu consumo a doenças cardiovasculares e a distúrbios comportamentais.

A população brasileira lidera o mercado mundial em consumo de anorexígenos. No ano de 2009, foram vendidos no país três toneladas de anfepramona, 1,8 toneladas de sibutramina, uma tonelada de femproporex e dois quilos de mazindol.

O diretor presidente em exercício da Anvisa, Dirceu Barbano, resumiu os próximos passos da Anvisa a partir da discussão. “Vamos consolidar e analisar as contribuições e abordar o assunto nas próximas reuniões da Diretoria Colegiada”, comentou.

Barbano ressaltou, ainda, a responsabilidade da Anvisa: “O Estado tem o dever de garantir à população a segurança e a eficácia dos medicamentos que têm sua chancela para estar no mercado”.

Fonte:Anvisa

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

O bom empregador é aquele que oferece o melhor Botox


A revista "Fortune" publicou recentemente sua nova pesquisa sobre as 100 melhores companhias para se trabalhar nos Estados Unidos. Como eu nunca trabalhei em nenhuma delas, não posso corroborar em primeira mão o ranking- embora em 1981 eu tenha tentado conseguir um emprego no Boston Consulting Group (que ficou em segundo lugar na lista da "Fortune"), mas fui rejeitada depois de ter deixado escapar em uma entrevista que não tinha a menor ideia do que era uma curva de aprendizado.

Uma mensagem postada no site do Boston Consulting Group, a consultoria explica como chegou a ser a segunda melhor companhia para se trabalhar no país. "Uma ênfase no desenvolvimento do funcionário, uma cultura colaborativa, treinamento sistemático, trabalho de alto impacto junto aos clientes, benefícios progressivos e um compromisso com iniciativas de responsabilidade social contribuíram para o forte desempenho", diz a mensagem.

Isso não soa totalmente certo. Não estou certa quanto ao significado de "trabalho de alto impacto junto aos clientes", portanto não entendo como a felicidade dos funcionários depende disso. Tenho certeza do que é "treinamento intensivo"- e estou igualmente certa de que isso está bem no fim da lista daquilo que os profissionais com propósito buscam. Quanto às "iniciativas de responsabilidade social", nunca conheci um consultor especializado em estratégias que pudesse dizer honestamente que essas coisas são o que o mantém no trabalho.

A revista declara que seu ranking é "a mais ampla pesquisa sobre funcionários da América corporativa". De fato, para compilá-la, um número enorme de questionários parece ter sido enviado, exigindo que os funcionários completassem uma "pesquisa de índice de confiança" e que os empregadores conduzissem uma "auditoria de cultura".

Muitas das companhias que se saíram melhor nesse exercício acabaram sendo aquelas que oferecem alguns benefícios bem extravagantes. Uma delas possui uma clínica que oferece aplicação de Botox aos funcionários no horário do almoço. Outra ensina Zumba aos colaboradores, um "exercício de dança à moda latina". Uma terceira oferece instalações para cuidados com animais de estimação e uma quarta disponibiliza seu jatinho corporativo para os funcionários quando alguém da família morre. Uma quinta dá para as funcionárias que não conseguem engravidar US$ 25 mil para que elas possam fazer um tratamento de fertilização "in vitro".

Alguns desses benefícios são mais atraentes que outros. Se um parente meu morresse, não sei se teria disposição para usar um jatinho corporativo. Sou bastante alérgica ao pensamento de me exercitar com dança latina, ao ponto se ser capaz de pagar ao meu empregador para não ter de participar disso.

Mas mesmo que esses benefícios fossem tudo o que eu gostaria, eles não fariam diferença na minha avaliação se meu empregador é bom ou não para mim. Esses benefícios, mesmo os agradáveis, são todos bastante sinistros. É preciso haver uma fronteira entre o empregador e os empregados - entre o lar e o trabalho- e Botox e fertilização in vitro estão no lado errado disso.

O problema com os rankings da "Fortune"- e com todos os outros parecidos- não é o fato deles serem um exercício idiota. Na verdade, eles têm seus méritos. Ajudam potenciais empregados e administradores. O problema é que eles fazem uma coisa extremamente simples parecer fantasticamente complicada.

Todos nós sabemos o que distingue um bom empregador de um ruim. O bom fornece quatro coisas básicas. Primeiro, ele se certifica de que todos terão um trabalho adequado a fazer. Segundo, paga os funcionários de maneira justa. Terceiro, faz os empregados sentirem que seus esforços são reconhecidos. E quarto, os coloca para trabalhar com pessoas boas. Isso é tudo: não é preciso mais nada.

Felizmente, há uma maneira fácil de medir se uma companhia está sendo bem sucedida nessas coisas. Isso não envolve responder perguntas cansativas em longos formulários. Não exige nenhum exame dos benefícios ou políticas de responsabilidade social corporativa. Não há nada de subjetivo no teste.

Ele simplesmente avalia quanto tempo as pessoas permanecem numa companhia. Esta é a única consideração que importa. Qualquer um que não estiver satisfeito com seu emprego, em algum momento vai procurar outro. Se a maioria das pessoas fica por um longo período, automaticamente a companhia prova que é um bom lugar para se trabalhar.

Sugiro duas modificações nesse teste. A primeira é ignorar as saídas nos dois primeiros anos de serviço. Às vezes, pessoas que não deveriam ter sido contratadas são, e algumas têm formigas nas calças e vivem pulando de um lado para outro, não importa o quão decente é o empregador.

A outra modificação seria permitir apenas as saídas voluntárias. Qualquer companhia que responde a uma queda em seus negócios demitindo funcionários não é um bom lugar para se trabalhar. Desse modo, não entraria no ranking- não importa a quantidade de Botox ou Zumba que ela fornece aos funcionários que continuam na folha de pagamentos.

Lucy Kellaway é colunista do "Financial Times". Sua coluna é publicada às segundas-feiras na editoria de Carreira

Fonte: MELHORES - valoronline.com.br - 07.02

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Cafeína age de forma oposta em homens e mulheres sob estresse


Um estudo realizado por psicólogos da Universidade de Bristol descobriu que beber café com cafeína aumenta a performance de uma mulher em situações de estresse, mas tem efeito oposto sobre os homens.

Eles se tornam menos confiantes e demoram mais tempo para concluir tarefas depois de tomar diversas xícaras de café.

A informação foi publicada no site do jornal britânico "The Telegraph" na terça-feira (1º).

Os resultados, publicados no "Journal of Applied Social Psychology", sugerem que a bebida pode ter efeitos radicalmente diferentes em ambos os sexos, em situações de alta pressão.

Segundo a Associação Britânica do Café, os consumidores do Reino Unido bebem cerca de 70 milhões de xícaras de café por dia.

Alguns dos benefícios de saúde potenciais incluem proteção contra diabetes, doença de Alzheimer, lesões hepáticas e até mesmo gota.

A cafeína presente no café é um conhecido estimulante que age no cérebro e pode combater a sonolência e a fadiga.

Mas os pesquisadores queriam examinar o que o café faz com o corpo quando ele já está sob estresse, especialmente quando grandes quantidades são consumidas em reuniões de alta pressão.

Eles recrutaram 64 homens e mulheres e os separaram em pares do mesmo sexo. A cada par foi entregue uma série de tarefas para ser concluída, como realizar negociações, completar quebra-cabeças e resolver testes de memória.

Para aumentar o estresse, os pares também foram informados de que teriam que fazer uma apresentação pública relacionada às suas tarefas.

Em seguida, os investigadores deram café com cafeína ou descafeinado aos pares e os monitoraram durante todo o experimento.

Eles descobriram que a capacidade de um bom desempenho para lidar com situações de estresse entre os homens que tinham bebido café com cafeína foi "muito prejudicada".

Por exemplo, eles demoraram uma média de 20 segundos a mais para completar os quebra-cabeças do que aqueles que tomaram café descafeinado.

Por outro lado, as mulheres que tomaram cafeína completaram o exercício 100 segundos mais rápido.

Os peritos acreditam que a chave para os efeitos do café sobre os sexos está na forma como homens e mulheres respondem de forma diferente ao estresse.

Os homens estão sujeitos a "lutar ou fugir", enquanto as mulheres estão mais inclinadas a trabalhar juntos para resolver o problema que enfrentam.

Fonte: Folha de São Paulo